INTERAÇÃO
FAMILIA ESCOLA NO
CONTEXTO DISCIPLINAR
Acadêmico: Valter
Moreira Durães
Professor-Tutor
Externo: Ivo Guindani
Centro Universitário
Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em história (HID 0253) – Prática do
Módulo I
06/11/2012
RESUMO
Quando
falamos sobre educação em nosso país, observamos as estruturas educacionais em
completo abandono, a pouca preocupação com o professor bem como a desestrutura
presente em muitos lares. O presente trabalho visa apresentar caminhos para uma
educação mais adequada à presente realidade, colocando como personagens
centrais a família como educadora informal e a escola como educadora formal. Primeiro
procuraremos definir o ato de educar como um processo indispensável ao homem.
Em seguida, abordaremos o papel da família, afirmando que a mesma deve também se
preocupar com métodos e mecanismos de aperfeiçoamento do indivíduo. Por fim,
nossa meta será apresentar o papel da escola, focando em sua estrutura bem como
dando destaque para o professor, apresentando a necessidade do mesmo em
corroborar para uma análise mais profunda do aluno e sua família para então
otimizar o processo educacional. Uma sólida integração família e escola é um
caminho para uma melhor educação.
Palavras-chave: Processo
Educacional. Participação da Família. Papel do Professor.
1 INTRODUÇÃO
Vivemos em um país onde a educação é
vista como o principal desafio para a consolidação do desenvolvimento
econômico. Já somos considerados a sexta maior economia do mundo. Mas na
educação ainda temos desafios gritantes. Como é triste constatar que grande
parte dos brasileiros tem dificuldades em escrever um texto, ler e compreender
um livro, realizar cálculos aritméticos, entre outras.
Os problemas educacionais são
oriundos de anos e anos de descaso com as instituições de ensino. Os valores
remetidos para sua devida manutenção são irrisórios. As estruturas físicas
sucateadas não têm as menores condições de proporcionar aos alunos um ambiente
favorável ao aprendizado. Se isso não bastasse, os materiais destinados ao
apoio do aluno não correspondem em conteúdo naquilo que o mesmo necessita para
a sua formação intelectual. Livros ultrapassados, inexistência de laboratórios,
carência de livros essenciais nas bibliotecas, um completo comprometimento do
futuro educacional. Mas os fatores agravantes também atingem o heróico
professor. O investimento dado à sua formação é frustrante, categorizada como
vítima do sistema que não contempla suas reais necessidades como profissional e
como cidadão merecedor de melhores honorários. Não é sem motivo a desilusão de
uma parte dessa classe tão fundamental para a construção de uma nação saudável.
O
outro lado da moeda é tão real quanto esse. As famílias têm experimentado
mudanças significativas nas últimas décadas. Não precisamos ir muito longe para
perceber que certos dogmas e tabus estão caindo, que temas como sexualidade e
relacionamentos interpessoais é pauta das grandes discussões dos dias atuais.
As estruturas familiares não são mais as mesmas de anos atrás: mulheres são
chefes no lar, no trabalho e na política; homens estão assumindo papéis
anteriormente vividos apenas por elas; o divórcio é tido como uma prática
absolutamente moderna e a configuração pai, mãe e filhos é substituída por
outros personagens. Leva-se em conta o crescimento da informação, dos canais de
diálogo, da liberdade de expressão e de pensamento, com o surgimento de uma
juventude questionadora e ansiosa por descobrir, redescobrir e redefinir o
mundo no qual vivem; as novas tecnologias vão assumindo mais e mais papel
prioritário nas relações interpessoais, ao ponto de haver mais encontros
virtuais do que reais; o surgimento de uma nova classe média convivendo com a
pobreza dos guetos das grandes e médias cidades.
Os
resultados dessa gama de fatores podem ser visto na sociedade. Um analfabetismo
funcional cada vez maior mesmo em face da maior preocupação com as melhorias do
ensino público. Alunos com sérios
problemas de aprendizagem, ao mesmo tempo em que as portas de nossas escolas estão
abertas para a violência e as drogas. Pais inseguros que não tem participação
satisfatória na educação de seus filhos. A falta de mão-de-obra especializada,
fruto de anos de descaso com a educação básica.
Mas
o que fazer diante desse quadro? Será que ainda há tempo para salvarmos nossa
geração das conseqüências das mudanças sociais? Qual será o caminho para
proporcionarmos uma escola de qualidade à nossa comunidade, mesmo em face da
precariedade de nossas estruturas? Qual o papel que devem assumir o professor,
o aluno e a família em um processo educacional realmente relevante?
As respostas a esses questionamentos
emergirão de uma interação cada vez mais ampla entre família e escola no que se
refere ao contexto disciplinar. Nosso intuito é que ao final dessa discussão possamos
visualizar um começo no diálogo favorável às mudanças no processo de ensino na
sociedade.
2 INTERAÇÃO
FAMÍLIA ESCOLA NO CONTEXTO DISCIPLINAR
Pais
e professores têm a preocupação em capacitar o cidadão para o mundo no qual ele
vive. As expectativas, tanto de um quanto do outro podem parecer iguais, mas às
vezes notamos discrepâncias entre seus pontos de vista. Isso se deve ao fato de
que a família notadamente tem como base a educação informal, aquela que se
adquire no convívio familiar e social. Do outro lado, a escola fundamenta-se na
educação formal, com seus conteúdos definidos pelos campos de conhecimento e
grade curricular. Conforme Daunis (2000, p. 176), pais e professores precisam
entrar em acordo com os alunos quando o assunto é educação, buscando “[...] estabelecer
e praticar mutuamente sistema de regras, valores e metas.”
Mas
por onde podemos começar um diálogo maduro e fomentador de respostas para a
problemática da interação família e escola? Vamos tratar separadamente cada
aspecto do processo de aprendizagem.
2.1 DEFINIÇÃO DE ENSINO
Nosso diálogo
começa pelo ensino, pois não podemos definir nenhum papel nessa interatividade
família e escola sem ela. Muitos pais
têm problemas em conduzir seus filhos pelo caminho do saber bem como educadores
em desenvolver planos consistentes de aprendizagem. É por isso que a busca pela
conceituação de ensino é papel do educador e também da família.
“Aprender é um processo inerente ao homem, que
tem necessidade de aprender, da mesma maneira que tem necessidade de se
alimentar.” (Gadotti, 1991, p. 37). Em sua concepção, o ensino não ocorre
apenas dentro da sala de aula, mas é um processo natural da vida. Nascemos com
a capacidade de apreender e produzir conhecimento, de analisar, julgar o mundo
ao nosso redor. O aprender é um processo enriquecedor, ato que produz a cada
dia um novo mundo dentro e fora de nós. A partir do que experimentamos no ato
de aprender, damos passos significativos em direção da maturidade.
Vale
ressaltar que o ensino é fundamental para a manutenção da sociedade:
Assim,
a educação, como processo social, consiste na contínua transmissão dos valores
do patrimônio cultural da geração adulta para a nova geração; como processo
individual compreende a progressiva assimilação, por parte de cada indivíduo,
dos valores, conhecimentos ideais e técnicas existentes no patrimônio cultural
da humanidade, bem como o domínio dos processos que conduzem à criação de novos
valores culturais e sociais. (SANTOS, 2004, p. 12).
Mais uma vez percebemos a amplitude do ato de
ensinar, encarado como processo social e não apenas voltado à formação
intelectual de indivíduos. Mesmo quando fala no aspecto individual, Silva é
claro ao referir-se à educação como ferramenta para a construção não apenas de
conhecimento, mas de valores sociais. Portanto, aqui não podemos apenas
visualizar a figura do educador, mas também dos pais. Subtende-se que o autor
coloca a responsabilidade do ensino tanto no professor quanto nos pais.
Se
educação é um ato de assimilação e produção cultural e social, a escola e a
família têm papel preponderante no produto final desse processo. Isso se deve
ao fato de que o ambiente e as relações entre indivíduos irão incentivar a
produção de valores benéficos à sociedade ou catastróficos, dependendo do
estímulo recebido. Escolas que não proporcionam o ambiente favorável para o
enriquecimento do saber poderão produzir muito pouco avanço na comunidade na
qual a mesma está inserida. Da mesma forma, famílias desestruturadas
comprometem o processo educativo por não ser o campo propício para a aplicação
do saber adquirido.
É
por esse motivo que escola e família precisam se unir diante de um mesmo
objetivo: fortalecer o processo de ensino. Para isso, ambas precisam estar
conscientes do significado do ensino e sua importância para a sustentação e
progresso da comunidade em que ambas subsistem. Sobre essa afirmação, Santos
fala apropriadamente: “[...] não basta um conjunto de indivíduos para que se
obtenha a vida social. É necessário que esses indivíduos se interajam, se
relacionem, convivam, tenham interesses comuns, vivam de acordo com normas
comuns.” (Santos, 2004, p.127).
2.2 O PAPEL DA FAMÍLIA
Podemos pensar que a tarefa educacional,
no que tange a responsabilidade dos pais, é mais simples ou desprovida de
técnicas como a escolar. Porém, devemos salientar que o quadro da situação
presente é bem mais complexo do que imaginamos.
“As tarefas educacionais, no lar e na
escola, tornaram-se muito mais complexas. As maiores dificuldades provêm, como
já foi dito anteriormente, das inúmeras contradições e inseguranças decorrentes
das mudanças na sociedade pós-moderna.” (Daunis, 2000, p. 183). As alterações
sofridas pela sociedade nas últimas décadas, após o fim da 2ª Guerra, fez vir
abaixo muitos valores familiares até então inquestionáveis, dando lugar a novos
valores que até hoje causam grande discussão na sociedade. A sociedade
essencialmente patriarcal, de valores rígidos, é substituída por outra pautada
na liberdade dos seus indivíduos, adotando cada um, à sua maneira, a formatação
social que bem entende. Isso tem gerado medo e insegurança por parte dos pais,
aumentando ainda mais a pressão sobre seu papel de formador de indivíduos.
Mas do que os
pais devem conscientizar-se quando o assunto é educação? Smith e Strick (2001,
p. 191) orientam os pais a procurarem desenvolver em seus filhos a “competência
social”:
Embora
os pais compreensivelmente se preocupem muito com o desempenho escolar, as
pesquisas mostram que “aprender com os livros”, em geral, tem menos a ver com
as conquistas na vida do que atributos pessoais como otimismo, ambição,
adaptabilidade, disposição para trabalhar duro e persistência diante das
dificuldades. Essas qualidades fazem a diferença entre pessoas medianas e
notáveis e, com freqüência, caracterizam indivíduos excepcionalmente flexíveis,
que superam suas deficiências e circunstâncias opressivas repetidas vezes.
A competência social é
desenvolvida no seio familiar, no convívio com a sociedade. Os pais têm papel
preponderante nessa formação. É tarefa dos pais preocuparem-se com práticas que
formarão um indivíduo capaz de superar seus próprios limites diante de tantas
exigências em um mundo pós-moderno. Nesse ponto é interessante trazer à tona o
que Smith pensa acerca do papel dos pais: “Os pais, portanto, são os
professores mais importantes de uma criança.” (Smith; Strick, 2001, p. 214).
Qual
deve ser a atitude dos pais frente a esse papel formativo? Será que a mesma,
por ser informal, não pode adotar parâmetros claros?
Não
é muito difícil perceber que na sociedade plural de hoje, carente de linhas
comuns de orientação e educação, a prática da antieducação resulta da
insegurança e desorientação das crianças e dos adolescentes. Além disso,
crianças e jovens que não são influenciados pelos próprios pais será sempre
influenciados por outros adultos. (DAUNIS, 2000, p. 184).
Fica claro nesse
posicionamento que a família precisa estabelecer parâmetros claros na educação
informal que consiga contemplar o desenvolvimento do indivíduo como aluno. As
famílias não podem supor que a adoção de métodos significa a perda da
naturalidade nas relações. A família precisa discutir criteriosamente como vai
lidar com a educação de seus filhos, quanto tempo irá gastar com eles, como
será o diálogo, os lugares freqüentados, os limites nas relações interpessoais,
os valores ensinados, etc. Também será papel dos pais levar em conta a
influência dos parentes, a interatividade com os irmãos, criar mecanismos de
motivação e recompensa, e proporcionar um ambiente agradável para seu filho.
Como podemos perceber, não será tarefa das mais fáceis, mas é algo que
determinará o sucesso na formação do indivíduo.
Aqui vale algumas
práticas que os pais podem adotar no processo de ensino informal de seus
filhos. Os pais são conclamados a acreditarem em seus filhos e a maneira como
os pais veem seus filhos determinam a capacidade deles diante da educação. “Aquelas
que se vêem como essencialmente capazes e responsáveis em geral tem pais que
também as vêem assim.” (Smith; Strick, 2001, p. 215). Pais podem ser tanto
incentivadores como também desmotivadores de seus filhos. Para auxiliar nessa
missão, os pais podem adotar um vocabulário mais positivo, trocando palavras
agressivas por outras mais brandas sem, contudo, perder o sentido do que quer
comunicar. Ressaltar seus pontos fortes ajuda a criança a focar em suas
qualidades e a aprofundar o gostar de si mesma. Auxiliar o filho nas tarefas
escolares bem como planejar seu futuro acadêmico inspira o filho a dedicar-se
mais ao ato de estudar.
As respostas
provenientes dessa discussão deverão necessariamente converter-se em práticas
no dia a dia da família. A avaliação deverá ser constante, pois estamos lidando
com indivíduos, não com objetos. As variáveis e seus resultados podem ser
diferentes do esperado, mas os pais precisarão de total empenho nessa tarefa. Como
resultado, na escola essa pessoa terá competência emocional suficiente para
encarar seu papel de aluno, preocupando em assimilar conhecimento e ser capaz
de moldar o mundo ao seu redor por meio de sua capacidade adquirida em sala de
aula.
2.3 O PAPEL DA ESCOLA
A expectativa que temos
acerca da formação escolar de nossos filhos depende também do engajamento da
instituição de ensino. Escolas bem preparadas para cumprir sua tarefa são um
celeiro de homens e mulheres altamente capacitados para os desafios do mundo
pós-moderno. Mas sabemos que a realidade brasileira não condiz, em muitas de
suas instituições, com esse perfil. Sobre as perspectivas de uma instituição de
ensino:
As
experiências na escola podem proporcionar enormes chances e perspectivas. Mas
elas também podem bloquear o desenvolvimento psíquico, o intelectual e o
social. Essa é a tragédia dos que não encontram possibilidades de
identificar-se com o cotidiano escolar e aproveitá-lo. Também a elaboração da
identidade pessoal e a formação da personalidade dependem de a experiência dos
anos de escola ser bem sucedida ou não. (DAUNIS, 2000, p. 209).
O núcleo escolar pode trabalhar em
prol do desenvolvimento do indivíduo ou distanciá-lo do ideal proposto pelas
definições do que seja educação propriamente dita. Mesmo que o aluno esteja
motivado e queira ser um cidadão capacitado, se a escola não tiver condições de
muni-lo de ferramentas adequadas ele terá sérias dificuldades em se firmar no
mercado de trabalho, o que desencadeará uma série de outros problemas sociais,
como por exemplo, perda da dignidade, baixo poder aquisitivo, desemprego, etc.
Se
a escola pretende exercer seu papel com maestria, proporcionando aos seus
alunos condições de desenvolvimento social adequado, qual caminho ela deve
adotar? Daunis (2000, p. 209) levanta a seguinte tese: “[...] só um decidido
empenho da escola em educar pessoas (=educação humanista e personalizada) pode
cumprir adequadamente a tarefa educacional de capacitar as/os jovens para a
vida pessoal, social e profissional na era pós-moderna.”
Relacionado a isso, a
escola pode buscar uma maior qualidade se os educadores estiverem conscientes
de seu papel na história de formação de seus alunos. Ela precisa sair da visão
de apenas produtora de conhecimento para uma visão de instituição produtora de
mudanças sociais. O mundo anseia por mudanças, e a escola deve se apropriar de
seu papel transformador.
Uma busca por qualidade
começa quando o grupo escolar preocupa-se em ser relevante para a sociedade a
qual a mesma está servindo. A interação família e escola darão a clara noção de
alvos e objetivos que a escola precisará alcançar.
Obviamente, pela
natureza da missão da escola, as racionalidades interna e externa são
necessariamente interdependentes. Em outras palavras, se internamente não
houver organização, será muito difícil chegar aos objetivos esperados. Por outro
lado, se a escola atingir os objetivos a que se propôs, mas estes não forem
reconhecidos pela comunidade como relevantes, não terá logrado a racionalidade
externa. (VEIGA , 2007, p. 101).
Sendo a escola esse instrumento de transformação no
núcleo da comunidade em que a mesma está inserida, ela precisa tomar certas
medidas que a nortearão corretamente nesses passos fundamentais. Fica claro
aqui que é fundamental um olhar profundo para as famílias que vivem ao seu
redor, observar suas necessidades, seus anseios, seus dilemas e desafios, das
mais diversas ordens, sejam eles econômicos, políticos, sociais, recreativos,
morais, entre outros.
Procurando uma prática
mais acurada, a escola deve se embrenhar nas mais apropriadas tarefas rumo à
qualidade esperada pelas famílias. Aqui vale ressaltar a respeito da busca
dessa prática:
Evidentemente, a criança chega na escola
levando consigo aspectos constitucionais e vivências familiares, porém o
ambiente escolar será também uma peça fundamental em seu desenvolvimento. Esses três elementos – aspectos
constitucionais, vínculo familiar e ambiente escolar – constituirão o tripé do
processo educacional. (BALTAZAR; MORETTI; BALTHAZAR, 2006, p. 47).
Com base na citação descrita acima, a família e a
escola poderão caminhar juntas. Poderá a escola focalizar atividades em grupo
de alunos que identifique quem são e como se comportam. Depois de uma acurada
análise dos seus alunos, o professor estabelecerá as medidas educacionais que
mais poderão corroborar com as necessidades de seus alunos. “[...] é importante
que os objetivos propostos pela escola e pelo educador, coincidam com os
objetivos do aluno. Caso contrário, o aluno não se preocupará em atingi-los,
uma vez que não irão satisfazer suas necessidades”. (Santos, 2004, p. 111).
O professor deve
tornar-se um braço, uma extensão da família, à medida que ele usa seus vínculos
sociais com os alunos para promover sua formação não apenas cognitiva, mas
também social e psíquica. Pode-se dizer
aqui que a Psicologia Educacional é ferramenta indispensável para o educador
eficaz:
O professor deve se comprometer
com seus alunos, tendo uma compreensão acerca das matérias que ensina e do
pensamento de seus alunos, para realizar uma prática de ensino eficiente. Os
professores devem também fazer uso apropriado das novas tecnologias e técnicas,
não apenas para entreter os alunos. (SANTOS, 2004, p. 117).
E ainda:
Durante o tempo em que o educador
navega pelo material acadêmico, deve, ao mesmo tempo, cuidar das necessidades
emocionais de seus alunos, levantando a auto-estima baixa e incentivando a
responsabilidade. Essa forma de ensino responsável só é possível por meio da
Psicologia Educacional. (SANTOS, 2004, p. 117).
Como
um professor cuidará eficazmente da saúde emocional de seus alunos? Fica claro
que a escola que procura dar abertura para a participação dos pais tem em mãos
a chance de sempre rever suas práticas de ensino e proporcionar aos alunos
respostas educacionais satisfatórias diante das necessidades do mundo moderno.
Professores munidos de um bom amparo da Psicologia Educacional têm o
compromisso de buscar amplo diálogo com a família e aperfeiçoar o processo de
aprendizagem.
3 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Nosso presente estudo
procurou dialogar sobre a importância da interação entre a família e a escola
no processo de formação do indivíduo. As expectativas de ambos os lados podem
ser diferentes quando o assunto é educação, mas um diálogo entre as partes é
indispensável para chegar-se a um consenso.
Também oferecemos uma
prática definição da arte do ensino, mostrando que a mesma não se resume aos
anos escolares vividos, mas permeia todas as fazes da vida. Tivemos essa
preocupação pensando em conectar as partes envolvidas (família e escola) no
mesmo foco, não tentando esgotar seu assunto, mas abrindo o campo de discussão
sobre o ensino. Creio que é deveras importante continuamente revisarmos nossos
conceitos do que é ensinar e aprender, sem contudo perder o foco das demandas
atuais na educação.
Em seguida estabelecemos
alguns pontos relacionados ao papel da família, explanando sobre sua
insegurança em contribuir no processo de aprendizagem. Apesar disso, essa mesma
família tem um papel preponderante na formação do indivíduo, visto que o
processo de interação no seio da família deve procurar promover o
desenvolvimento da competência social, campo esse de suma importância para que
o aluno da escola se veja altamente motivado e preparado para assumir o papel
principal no processo de aprendizagem. As ferramentas que os pais decidem
utilizar nesse momento não visam a formalização do ato de ser família; visa,
antes de tudo, a potencialização dos indivíduos que a integram. É dessa família
que sairá o aluno capaz de avançar satisfatoriamente na sua formação pessoal,
profissional e social.
Por fim, nossa
preocupação foi em apresentar o papel da escola, considerando que o grupo
escolar tem em um primeiro momento a tarefa motivacional, tornando o ato de
ensinar um prazer para o aluno. Para isso asseveramos que a escola precisa
criar meios de conhecer seus alunos, pois o mesmo é o foco de todo esforço
didático. É aqui que os professores precisam de um canal de diálogo com os
familiares dos alunos para poderem identificar seus anseios, necessidades,
possíveis carências, não se esquecendo de que o professor deve fazer uso de uma
competente psicologia educacional se quiser ter êxito com seus aprendizes.
As mudanças
educacionais em qualquer comunidade partem dessa preocupação com a interação
família e escola. Cabe a cada uma das partes iniciarem o estudo e o diálogo por
uma escola eficaz no propósito de ensinar, de formar um cidadão consciente de
que ele, participando do processo correto de aprendizado, tanto formal quanto
informal, poderá ser personagem de uma constante mudança na sociedade
brasileira. Seus esforços serão recompensados. Família e escola têm em suas
mãos a chave para a transformação tão desejada não apenas no âmbito
educacional, como também econômico, profissional e social.
REFERÊNCIAS
BALTAZAR,
José Antônio; MORETTI, Lucia Helena Tiosso; BALTHAZAR, Maria Cecília. Família e escola: um espaço interativo
e de conflitos. São Paulo: Arte & Ciência, 2006. 176 p.
DANUIS, Roberto. Jovens: desenvolvimento e identidade – troca de perspectiva na psicologia da educação. São Leopoldo: Sinodal, 2000. 304 p.
GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. 2. ed. São Paulo: Editora Scipione, 1991. 175 p.
SANTOS, Adelcio Machado dos. Introdução às matérias pedagógicas. Florianópolis: Pallotti, 2004. 148 p.
SMITH, Corinne; STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de a a z: um guia completo para pais e educadores. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. 332 p.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 24. ed. Campinas: Papirus, 2008. 192 p.